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Diferencie fofoca de comentários pertinentes |
Não, não é o telefone que toca sem parar, nem a quantidade de horas trabalhadas, muito menos a localização da empresa.
Para 83% das
pessoas é a fofoca o que mais incomoda, de acordo com uma pesquisa
divulgada pelo site de relacionamento profissional LinkedIn. E incomoda
tanto porque não é algo que se possa eliminar. Mas, segundo Renan Sinachi,
consultor da Leme Consultoria, é possível gerenciá-la.
Veja algumas dicas do
consultor para que sua empresa aprenda a conviver melhor com esse incômodo.
Diferencie o que
é fofoca ou boato e o que é um comentário natural - Muitas
empresas confundem fofoca com fatos que realmente vêm acontecendo. Há casos em
que os funcionários comentam da falta de infraestrutura, por exemplo. E surgem
comentários do tipo: “Não há bons computadores”; “O ambiente de trabalho não é
adequado”; “A empresa não investe em tecnologia”. “Isso não é fofoca, é uma
reivindicação. Os funcionários só estão apontando falhas da companhia. O que as
pessoas precisam para trabalhar bem? Infraestrutura, respeito e bom
relacionamento. Se não houver qualquer um deles, isso será evidenciado nos
comentários”, afirma Sinachi. Agora se a notícia foi “plantada” e também
envolve falar mal de outros funcionários, pode ser que você esteja lidando
mesmo com a tal fofoca. A recomendação do consultor é verificar se aquele problema
faz sentido antes de tomar qualquer atitude.
Quem são e onde estão
os fofoqueiros - A fofoca é pontual ou ela faz parte da cultura da
empresa? Entram e saem profissionais e o problema continua? Se você percebeu
mesmo que não se trata de um “comentário natural” e sim de uma fofoca, é
preciso fazer uma pesquisa de gestão de clima para entender a questão. Depois
de um questionário anônimo, faça grupos focais com funcionários de diversas
áreas para entender o problema. Os questionamentos devem seguir uma linha
parecida com essa: “Sabemos que há um problema na empresa, qual é a
sugestão de vocês para ajudar?”. Dessa forma você não expõe ninguém. Pode haver
um mediador, como uma consultoria especializada no assunto, por exemplo. Depois
disso, faça uma nova pesquisa e constante se o problema continua. Se o problema
foi resolvido e ainda assim continuam a surgir comentários maldosos, tente
descobrir a fonte deles. “É preciso chamar esses funcionários para conversar e
mostrar a eles que se isso não cessar haverá penalidades”, diz Sinachi. Mas
lembre-se de não confundir fofoca com comentários pertinentes.
Fique de olho nos
líderes - Enquanto a empresa gerencia os “comentários naturais”, cabe
ao líder gerenciar as fofocas. Portanto, é muito importante conferir se os
gestores da sua empresa estão sendo bons líderes. Eles sabem delegar tarefas e
responsabilidades? Conhecem muito bem a equipe? Se o líder não estiver próximo
de seus funcionários, ele não saberá ajudar a empresa a constatar o que é
fofoca e o que é um “comentário natural”. O líder também gerencia a
insegurança, uma das questões que mais geram a fofoca. “A visão de um
funcionário sobre a empresa está relacionada com a visão que ele tem da
liderança. Ou seja, o profissional vê a companhia a partir do líder, quando ele
pede demissão, ele pede demissão do chefe”, afirma Sinachi.
Não seja gentil, seja
transparente - O líder e a empresa podem se esforçar para diminuir as
fofocas, mas também cabe às equipes ajudar a resolver essa questão. Os
profissionais precisam dizer o que não os agradou para os seus colegas. “Em vez
de dar um feedback mais duro para o meu colega, prefiro ser gentil, mas falo
dele pelas costas. Isso é ser hipócrita”; diz Sinachi. Existe amizade entre
profissionais na empresa, mas quando isso é mais importante do que solucionar
questões se torna um problema.
Não seja imediatista -
O gerenciamento da fofoca exige tempo e esforço de todos. Lembre-se de que as
pessoas estão se protegendo quando fazem ambas as coisas. “A fofoca, ao mesmo
tempo que é de todos, não é de ninguém. A forma de se proteger é transformar
aquela informação em algo coletivo”, afirma Sinachi. Também é importante criar
a cultura de evitar fofocas e brincadeiras que afetem negativamente os colegas
e o ambiente de trabalho e, claro, penalizar os que fazem isso. E quanto mais
pessoas fazendo críticas construtivas e apontando falhas, menor a margem de
erro.
Crie
“não-fofoqueiros” - Mostre ao funcionário que se ele tem um
apontamento a fazer, há abertura para falar para a outra pessoa. E se o
problema não se resolver, a questão precisa ser levada para o líder. “Isso não
é ‘queimar’ a pessoa. Não é preciso relevar problemas para manter a relação. O
que costuma valer é ser bacana e não ser correto. Os profissionais precisam
saber que estão errando”, diz Sinachi.
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