Especialistas analisam quais atitudes vão longe demais;
lembre-se de que nem sempre vale tudo por uma vaga
Não, não e não! Há certos comportamentos que simplesmente
não devem ser adotados na hora de procurar uma vaga de emprego, independemente
do desespero do interessado. E as redes sociais são as principais ferramentas
que permitem aos candidatos adotarem as piores posturas possíveis.
A sócia-diretora do grupo DMRH, Maíra Habimorad, explica que
redes sociais diferentes possuem diferentes finalidades. O Facebook, por
exemplo, é uma rede muito mais pessoal do que profissional, portanto, adicionar
uma pessoa com interesses profissionais dificilmente será bem visto.
Na prática, se encontrou o perfil do gerente de uma empresa
na qual gostaria de trabalhar e tentar adicioná-lo, ele vai se sentir muito
mais invadido do que interessado nas suas qualificações, a ponto de lhe
oferecer uma vaga de emprego. Maíra lembra que nessa rede social, as pessoas
colocam fotos de família e interesses pessoais e não estão interessadas em
adicionar contatos que nunca viram na vida e que ainda só possuem interesses
profissionais.
O LinkedIn e o Twitter são opção melhores para esse tipo de
abordagem, mas também com algumas ressalvas. Lembre-se de que profissionais em
posições estratégicas, ou seja, aqueles que têm o poder de contratar pessoas,
são bombardeados com esse tipo de solicitação. Logo, adicioná-los sem critério
pode até não ser uma postura invasiva, mas dificilmente será efetiva.
Genérico demais -
esqueça!
O mais adequado é abordá-los explicando o que você deseja. Ao contatar um profissional de RH, um headhunter ou mesmo o gerente de uma área da qual você tem informações de que está procurando por candidatos, deixe claro quais são os seus interesses. Explique como descobriu a oportunidade e se estão interessados em receber seu currículo.
O mais adequado é abordá-los explicando o que você deseja. Ao contatar um profissional de RH, um headhunter ou mesmo o gerente de uma área da qual você tem informações de que está procurando por candidatos, deixe claro quais são os seus interesses. Explique como descobriu a oportunidade e se estão interessados em receber seu currículo.
Os recrutadores dão muito mais atenção aos candidatos que
explicam onde encontraram seu contato ou por quem foram indicados do que aos
currículos que recebem sem explicação nenhuma, enviados de forma genérica com
títulos como: “a quem possa interessar”.
Assim, mandar e-mail sem critério não necessariamente
configura invasão, mas, por outro lado, poderá ser o mesmo que nada. Outra
atitude que pega mal, conforme explica o diretor de operações da Human Brasil,
Fernando Montero da Costa, é mandar currículo para vagas que não têm nada a ver
com seu perfil.
“As empresas de colocação gostam de receber currículos, mas
não querem ser incomodadas com candidatos que não têm o perfil da vaga. Elas
trabalham bem focadas”, explica Costa. Isso quer dizer que, se um recrutador
solicitou candidatos para uma vaga de engenheiro mecânico e recebe um currículo
de um profissional de tecnologia da informação, o tempo dele está sendo
perdido. “É o lixo eletrônico. O candidato perde seu tempo e faz o recrutador
perder o dele”, explica Costa.
Não force a barra
Atitudes que devem ser evitadas são todas aquelas que “forçam uma aproximação não desejada”, explica Costa, e elas não são poucas. Pedir ajuda de parentes e amigos, por exemplo, não será bem visto. Se o seu irmão trabalha em uma empresa na qual você desejaria trabalhar, não peça para que ele vá conversar com o RH, no sentido de lhe arrumar uma posição por meio da influência dele.
Atitudes que devem ser evitadas são todas aquelas que “forçam uma aproximação não desejada”, explica Costa, e elas não são poucas. Pedir ajuda de parentes e amigos, por exemplo, não será bem visto. Se o seu irmão trabalha em uma empresa na qual você desejaria trabalhar, não peça para que ele vá conversar com o RH, no sentido de lhe arrumar uma posição por meio da influência dele.
Cada vez mais as empresas se mostram contrárias a qualquer
tipo de contratação que não segue o curso normal do processo seletivo. Além de
antiético, pode queimar o interessado para futuras oportunidades. Maíra explica
que, mesmo que um diretor de uma empresa tenha indicado um candidato para
determinada vaga, a recomendação é que ele seja considerado em pé de igualdade
com os demais.
É claro que os contatos são importantes, e se seu irmão ou
qualquer outro parente ou amigo estiver em uma empresa na qual você gostaria de
trabalhar, o mais adequado é pedir que ele veja se há oportunidades abertas e
se o RH tem interesse em receber um currículo de alguém que se encaixe no
perfil para participar do processo seletivo, no caso, você.
Outra situação que ocorre com certa frequência é quando um
profissional conhece um recrutador ou mesmo o gerente de uma área em feiras,
congressos, encontros e mesmo em eventos de empregos. Ao receber um cartão, por
exemplo, e tiver interesse de enviar o seu currículo para o recrutador ou
gerente, explique primeiro seus interesses.
Deixe claro que você está buscando uma oportunidade e
pergunte se o profissional tem interesse em avaliar o seu currículo. Se houver
uma resposta afirmativa, mande seu currículo, mas não fique em cima. “Se você
encaminhou o currículo, não fique mandando e-mail, cobrando, indo atrás. Se a
empresa tiver interesse, ela vai te contatar”, diz Costa.
Quer trocar de área
dentro da empresa?
Se o profissional atua em determinada área dentro de uma empresa, mas tem intenção de trocar, é preciso considerar alguns elementos. Mesmo que você tenha conhecido o gerente ou diretor da área de interesse em alguma reunião, não é recomendado mandar e-mail direto para ele.
Se o profissional atua em determinada área dentro de uma empresa, mas tem intenção de trocar, é preciso considerar alguns elementos. Mesmo que você tenha conhecido o gerente ou diretor da área de interesse em alguma reunião, não é recomendado mandar e-mail direto para ele.
Maíra explica que, primeiro, o profissional precisa alinhar
esse interesse com o gestor da área atual e depois ainda buscar o recursos
humanos da empresa para entender como o processo funciona. Na prática, se você
trabalha na área de marketing, mas que ir para finanças, primeiro sente com o
seu chefe e explique seu interesse.
Depois, siga para o recursos humanos e questione-os se você
pode participar do processo, que está interessado e que acredita que é um bom
candidato para a vaga. Só depois disso você pode pensar em entrar em contato
com o gerente da outra área e, ainda assim, pergunte primeiro se você poderia
mandar seu currículo para análise.
O processo pode ser mais longo, sim, mas é o mais correto e
pode aumentar suas chances de efetivamente conseguir o que quer sem destruir
suas chances ou se queimar na sua própria área.
Comentários
Postar um comentário