Líderes se esquecem do time e mostram que podem até ser bons
de discurso, mas que na prática ainda precisam melhorar.
O dia de trabalho começa e seu gestor já chega com a corda
toda: pede urgência na entrega dos relatórios e impõe prazos um tanto quanto
absurdos para a execução de suas tarefas. E por mais chatas ou estressantes que
tais solicitações possam parecer, nenhuma delas seria um problema, se não fosse
por um pequeno detalhe: após delegar as atividades, seu supervisor
tranquilamente toma um café, perde alguns minutos batendo um papo sobre
amenidades com outro líder e se distrai na internet.
De enfurecer, não?
“A maioria não percebe quando faz isso e acha que está
trabalhando de forma correta, pois não entende que as próprias atitudes
costumam ser avaliadas de uma forma diferente pelos contratados”, alerta a
consultora associada da Muttare, Roberta Yono Ebina.
Identifique
O gestor “folgado” como é popularmente conhecido, é o líder
que adota o “faça o que eu falo, mas não o que eu faço” em seu dia a dia. Para
ele, tudo pode. Já para os outros, não.
É dele, inclusive, a astúcia de sair do trabalho no meio da
tarde de uma véspera de um feriado, por exemplo. “Existem gestores que, em
feriados, já começam a emendar a folga com um dia de antecedência para evitar o
trânsito”, comenta Roberta.
E acredite, esse tipo de comportamento não favorece nenhum
pouco a reputação do líder. “Ao tomar essa atitude, ele entra em descrédito com
a própria equipe que passa a não enxergá-lo com admiração”, diz a especialista
em Soluções de RH da De Bernt Entschev Human Capital, Rosanne Martins, que
afirma ainda que esse tipo de comportamento costuma resultar em uma
insatisfação geral e até em uma insubordinação.
Comportamentos
trágicos
E engana-se quem imaginar que apenas essa atitude costuma se
mostrar inadequada à um gestor. Outros exemplos, como a falta de cuidado com o
dinheiro da empresa e a humilhação de alguns colaboradores, também são
inaceitáveis.
“Existem gestores que afirmam o tempo todo que os colaboradores
são peça-chave para o desenvolvimento da empresa, mas não perdem a oportunidade
de humilhá-los quando é possível”, exemplifica.
Outro caso também comum costuma ser a falta de comedimento
com os gastos da empresa, afinal, muitos pensam apenas no bem-estar próprio e
não poupam um centavo da organização.
"Na compra de passagens aéreas é possível observar esse
pensamento, já que muitos líderes não se preocupam em economizar nada e querem
mesmo é viajar na melhor companhia", diz Roberta, que lembra que este
comportamento também prevalece na reserva de hotéis.
“Os eventos para diretores acontecem em centros de
convenções caríssimos, enquanto que os dos coordenadores e gerentes são
programados para locais de qualidade inferior”, conta a consultora da Muttare.
Impactos
Hoje, os impactos de atitudes como as descritas
anteriormente são diversos e não só contribuem para a piora do clima
organizacional, mas também desmotivam a equipe e afetam os resultados da
empresa.
“O colaborador passa a não se esforçar em suas tarefas, pois
percebe que quem deveria ser o seu exemplo [o gestor] não faz o mesmo”, explica
a consultora da Muttare.
Hora da vingança
Como consolo, saiba que essa política costuma prevalecer na
empresa por muito tempo, afinal, os colaboradores sempre estão de olho em seus
superiores e, não raro, têm a chance de dar o troco.
“Eles sempre se vingam dos chefes na avaliação de clima da
empresa. Para identificar os gestores com esse perfil, basta avaliar os que
estão bem abaixo da média. Quem pratica os valores da companhia, costuma ter um
resultado positivo”, conta Roberta.
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