Índice, de acordo com a consultoria, é o dobro do registrado
em 2010 e, na comparação com outras regiões, é inferior ao registrado
globalmente (15%) e na América Latina (14%)
Para conseguir ou
manter um negócio, 12% dos empresários
brasileiros aceitariam pagar propinas se isso fosse necessário para ajudar
a sobrevivência da empresa em um ambiente de crise econômica. É o que conclui a
"Global Fraud Survey 2012", pesquisa realizada pela Ernest &
Young, entre novembro de 2011 e fevereiro deste ano, que ouviu 1.750 empresários
de pequeno, médio e grande porte no mundo e 50 executivos no Brasil. O índice,
de acordo com a consultoria, é o dobro do registrado em 2010 e, na comparação
com outras regiões, é inferior ao registrado globalmente (15%) e na América
Latina (14%), mas superior ao porcentual de 3% registrado entre empresários
norte-americanos que afirmaram aceitar o pagamento de propinas para essa
finalidade.
Para um número crescente de executivos brasileiros, a
pressão para o cumprimento de metas de crescimento de receita está minando o
compromisso com o cumprimento de políticas e leis. Para 84% dos 50 brasileiros
entrevistados, a corrupção no País é generalizada no ambiente de negócios. O
índice é bem superior à média global (39%) e também ao verificado na América
Latina (68%). Para 20% dos executivos brasileiros ouvidos, suborno e corrupção
crescem por causa da crise econômica.
A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados no Brasil
disseram que deveria haver, no País, mais supervisão por reguladores. Além
disso, 96% disseram acreditar que a gerência sênior das organizações deveria
receber sanções penais quando comprovado que não foi feito o suficiente para prevenir
fraudes, propinas ou corrupção.
Viagens e presentes
Ainda de acordo com o levantamento, 10% dos empresários brasileiros
disseram estar dispostos a bancar viagens e presentes para conseguir um novo
negócio. Neste caso, as médias global e americana são maiores, com 30% e 36%
dos empresários, respectivamente. Segundo a consultoria, os eventos esportivos
que o Brasil sediará nos próximos anos - Copa do Mundo em 2014 e Jogos
Olímpicos em 2016 - representam desafios para negócios locais que procuram
manter relações em um mercado competitivo.
Os entrevistados na pesquisa da Ernst & Young afirmaram
que estão trabalhando para garantir que estarão preparados para registrar
adequadamente todos os presentes recebidos durante a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas em 2016 para demonstrar uma conduta dentro das regras. "Para
encorajar seus funcionários a seguir esses processos, os gestores precisam ter
certeza de que todas as funções de compliance e auditoria interna estão sendo
respeitados", disse José Francisco Compagno, sócio da área de investigação
de fraudes da Ernst & Young Terco.
"Apesar de este ainda ser um tema de muita preocupação
entre os empresários brasileiros, houve algum progresso na última década por
meio de reformas do setor público", afirmou Compagno. "No entanto, as
empresas precisam estar cientes de que cabe a elas criar os processos e a
cultura para evitar que seus funcionários alimentem um esquema que nunca será
positivo - nem para seus negócios nem para o País."3
No Brasil, segundo a pesquisa da Ernest & Young, as
ferramentas de compliance mais utilizadas, segundo os entrevistados, para
monitorar os processos em uso pelas empresas são: auditorias internas
frequentes (94%), auditorias por agentes externos frequentes (92%), canais de
denúncia (72%), monitoramento especializado de softwares e de sistemas de
tecnologia da informação (72%), revisões regulares por escritórios de advocacia
ou consultores externos especializados (58%).
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