Uma pessoa que come muitos ovos pode ter o mesmo risco que
os fumantes em ter artérias obstruídas e para desenvolver sérios danos
cardíacos. David Spence, professor de neurologia da Universidade Western, no
Canadá, encontrou uma relação entre o consumo da gema de ovo e o
desenvolvimento da aterosclerose, processo que contribui para o risco de ataque
cardíaco e acidente vascular após placas de gordura se acumularem nas paredes
das artérias. Até então, só era conhecida a má influência do cigarro na
formação da placa arterial.
Liderado por Spence, o grupo de pesquisadores examinou 1.231
pacientes que foram internados no centro vascular do hospital universitário
após um derrame cerebral, até mesmo os com riscos leves. Eles fizeram um breve
questionário sobre os hábitos diários das pessoas (dieta, exercícios, cigarro
etc) e cruzaram com os dados de medição da parede carótida feita no hospital. A
pesquisa revelou que as artérias haviam ficado mais estreitas em 20% dos
pacientes que comiam ovos com frequência, frente aos 2/3 dos que fumam
bastante.
Mesmo com a descoberta, é preciso lembrar que o risco do
cigarro ainda é muito maior do que o consumo da gema do ovo. Os danos existem
nos dois casos, mas em níveis diferentes, pois o cigarro tem um efeito direto
no sangue e no desenvolvimento das placas. Os ovos, por sua vez, têm efeito
indireto, já que fazem parte de uma dieta (que pode ou não ser saudável ou
gordurosa) que interfere nos níveis de colesterol do corpo.
“Uma taxa alta de colesterol pode levar às placas artérias,
mas há muitas outras questões que podem afetar esta taxa que não os ovos. Como
a dieta que você ingere diariamente, se você faz exercícios, se está acima do
peso, sua genética”, explica David J. Frid, cardiologista da Ceveland Clinic,
ao site do Huffington Post.
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