Natura: o inferno dos não-sustentáveis

Líder de uma empresa reconhecida por valores e práticas sustentáveis, Alessandro Carlucci, diretor-presidente da companhia, provoca quem ainda resiste a encarar a sustentabilidade como uma necessidade. "Para alguém que não quer se envolver com isso, trabalhar na Natura seria um inferno", brinca. Assista ao depoimento do executivo

"Inspire-se no novo. O que foi feito até agora tem seu valor, mas precisamos reconhecer que não foi feito da melhor maneira." A dica para os jovens líderes do país é de Alessandro Carlucci, diretor-presidente da Natura e um dos 10 novos integrantes da Plataforma Liderança Sustentável, que comenta os aprendizados e iniciativas de sua organização no tema em depoimento exclusivo.

Líder de uma empresa reconhecida por valores e práticas sustentáveis, Carlucci provoca aqueles que ainda não se convenceram dos benefícios da inserção do triple bottom line no negócio. "Para alguém que não quer se envolver com isso, trabalhar na Natura seria um inferno", ironizou. Na companhia, praticamente todos os gestores passam por um workshop sobre o tema durante cerca de três a quatro dias, quando discutem desde as teorias a exemplos e práticas.

Alessandro Carlucci, diretor-presidente da Natura

Segundo Carlucci, o papel do líder é o de fazer a sustentabilidade acontecer dentro do negócio. Para tanto, muitas vezes terá de tomar decisões rápidas, mas nunca superficiais, o que representa um grande desafio. Pensando nisso, ele compartilha seus aprendizados ao longo de sua experiência com o tema na Natura. "A primeira dica é colocar a sustentabilidade no começo da conversa. Se deixar para os 44 minutos do segundo tempo, ela não entrará nas decisões", afirma.

"Assumir a complexidade da questão e entender que não existem fórmulas de sucesso também é importante. É preciso parar e pensar – um exercício excelente para aprender –, acreditar no tema e investir nele", complementou.

Nesse sentido, Carlucci cita um case interessante. Há pouco mais de sete anos, a Natura ainda fazia testes em animais, pois, além de ser a única técnica existente no setor, era exigência dos órgãos regulatórios. Quando deixou de ser obrigação, a empresa decidiu que investiria recursos para criar testes alternativos. Foi definida uma meta – atingida com sucesso – de dois anos para encerrar os procedimentos. "O importante é colocar um objetivo e correr atrás. Tudo ainda está por se construir nessa área", afirmou.

Assista ao vídeo: 


Um ponto de encontro com a inspiração e o conhecimento. Essa é a função que a Plataforma Liderança Sustentável, lançada pela consultoria Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, se propõe a desempenhar. Segundo Ricardo Voltolini, idealizador do projeto, trata-se de "um movimento que pretende identificar, inspirar, mobilizar e conectar jovens lideranças em sustentabilidade espalhadas pelo Brasil". 

Comentários