
Inspirado em uma história real, longa de James Wan mostra história de família que sofre com assombrações. Quando James Wan fez sua estreia nos cinemas com o independente "Jogos Mortais", a mistura bem dosada de horror gráfico e suspense apontava para um grande diretor de longas de terror. Com "Invocação do Mal", que estreia nesta sexta-feira (13) no Brasil, o malaio confirmou a impressão ao lançar um dos filmes mais assustadores do ano.
Com "Invocação do Mal", Wan conseguiu superar um dos grandes desafios do cinema de terror: assustar usando uma fórmula já desgastada pelo gênero. Baseado em uma história real, o filme acompanha o casal de pesquisadores paranormais Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga) na investigação do que se tornaria o caso mais assustador de suas carreiras.
Carolyn e Roger Perron (Lili Taylor e Ron Livingston) moram com suas cinco filhas em uma casa de campo nos Estados Unidos. A família - que havia acabado de se mudar para a residência - logo percebe algo de errado. Aparições, barulhos inexplicáveis e objetos se movendo sozinhos os levam a procurar a ajuda do casal de investigadores.
As famílias assombradas por espíritos já estão no cinema norte-americano desde "Terror em Amityville", de 1979, e foram exploradas à exaustão pelos longas de horror orientais. A fórmula tem em "Invocação do Mal" um de seus mais bem executados exemplares.
O destaque do filme vai para a forma com que Wan constrói o suspense e o susto. O espectador tem uma visão "privilegiada" durante toda a ação: os personagens, sem saber, interagem com os espíritos, tendo o público como única testemunha aflita do encontro. E a trilha sonora, na contramão de outros filmes do gênero, não entrega a cena com o aumento da música na aproximação do clímax.
A atuação também é outro ponto alto do longa. Vera Farmiga leva ao filme o trabalho que lhe rendeu a indicação ao Emmy pela atuação na série de suspense/terror "Bates Motel", e Patrick Wilson continua tão bom quanto em "Sobrenatural", também dirigido por Wan. Até Lili Taylor, que decepcionou no também decepcionante "A Casa Amaldiçoada", está bem.
Vale ser notada a brilhante campanha de divulgação de "Invocação do Mal". Com toda a família Perron ainda viva, assim como Lorraine Warren, depoimentos não foram poupados em trailers e em vídeos de divulgação. Ao trabalhar fortemente com a ideia de o filme ser baseado em uma história real, o espectador já entra no cinema de sobreaviso.
"Invocação do Mal" mostra uma clara evolução no modo de fazer cinema de Wan. Mesmo partindo de uma fórmula já corroída, sem a inovação que o fez famoso, o diretor consegue gerar sustos originais. Só fique atento para um traço presente em quase todos seus longas, e que continua a funcionar tão bem quanto antes: o boneco macabro, que assombra personagens e público em igual proporção.
VIA
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