Polícia resgata 70 cachorros vítimas de maus tratos em Campinas.


Uma denúncia de maus-tratos resultou na manhã deste domingo (23/03) no resgate de cerca de 70 cachorros, em Barão Geraldo, pela Polícia Ambiental de Campinas.


Apenas dez animais saudáveis foram aceitos pelo Centro de Controle de Zoonoses - que alegou falta de estrutura física para comportá-los. O restante - cerca de 60 cães - foi distribuído por uma ONG a dez ativistas que estavam no local. Do total, 40 eram filhotes.

Durante a ação, o grupo de defensores de animais protestou contra a situação de maus tratos.

Eles relataram que na casa existiria animais mutilados, sem patas e doentes, além de canibalismo - cachorros maiores que comeriam filhotes. A Polícia Ambiental não confirmou as denúncias. 

A dona da residência, uma acumuladora de animais, já teria sido autuada antes pelo motivo de maus tratos. Segundo ativistas, há três anos, cerca de 30 cachorros já haviam sido resgatados na casa. No entanto, a mulher, uma psicóloga, teria voltado a acolher animais de rua e adotá-los em feiras.

A reclamação também é de moradores do entorno, que afirmam que há barulho constante e mau cheiro que vem da casa.

Os defensores dos animais chegaram a mostrar imagens do que seria o quintal da casa, onde dejetos se acumulam em meio a lixo e animais mortos.

"Os animais uivam a noite inteira, de fome. Escuto ainda ela brigando com os cães, e já vi a filha dela pegando um deles pela orelha e arrastando", afirmou uma das moradoras, que pediu para não ser identificada.

Durante a operação, a psicóloga e a filha começaram a lavar parte da residência, onde os animais ficam. Com o protesto, ela mostrou-se alterada e chegou a discutir com vizinhos e ativistas.

A operação começou por volta de 11h, após diversas tentativas de negociação.

Apesar de não possuir mandado de segurança, a Polícia conseguiu permissão da dona da casa para realizar a vistoria ambiental.

Na casa, um sobrado no Jardim Independência, os cachorros ficavam amontoados num local pequeno, de acordo com a Polícia Ambiental.

Após a constatação que o ambiente era insalubre, foi feita a retirada dos cães.

"Há um grande número de cachorros num local pequeno. A princípio, não se percebe amputação, ou ferimentos. Mas o veterinário averiguará. No entanto, entendemos que o local não é o ideal", afirmou o cabo Antônio Carlos Lucas.

O veterinário da Polícia Ambiental, Diogo Siqueira, colheu amostras de sangue dos animais e exames detectarão doenças, ferimentos e amputações.

Se provado o crime de maus-tratos, a dona da casa será processada e pode ser punida com multa ou pena de detenção.

Segundo o cabo Lucas, a dona de casa foi convencida de que ela não tinha condições de criar os 70 animais. "Sem uma estrutura veterinária, não tem condições. E não há nessa casa" , afirmou.

A integrante da ONG Amor de Bicho e denunciante, Marjorie Rodrigues, afirmou que a falta de uma delegacia especializada na cidade prejudica ações como essa.

Ano passado, a capital abriu a Divisão de Investigações sobre Infrações de Maus Tratos a Animais e demais Infrações contra o Meio Ambiente.

As ativistas também criticaram a posição do CCZ de Campinas, de recolher poucos animais e apenas os com aspecto saudável e vacinados.

"Estão se eximindo da responsabilidade. É uma palhaçada" , afirmou a defensora Larissa Vida, que disse não pertencer a nenhuma organização.

O caso foi registrado na 4º Delegacia de Polícia (DP), no Taquaral.

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