Brasil passa a fabricar óculos baratos com moradores de rua.

A Fundação One Dollar Glasses (Óculos de um dólar) nunca acreditou no dito popular que diz que “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Para a fundação alemã, o que os olhos não veem, o coração sente, sim. Por isso, em junho de 2012, o inventor Martin Aufmuth criou uma máquina capaz de produzir óculos a custo baixo, usando apenas três materiais: aço flexível, lentes de policarbonato e plástico. Patenteou a máquina e criou uma fundação sem fins lucrativos para garantir que todas as pessoas tivessem acesso quase gratuito aos óculos de grau. Facebook


Estima-se que existam no mundo 150 milhões de pessoas que precisem de óculos, mas não podem pagar por ele. Sem enxergar bem, elas não podem aprender, não podem trabalhar nem sustentar suas famílias. Nossa solução são os óculos de US$ 1, que utilizam poucos materiais e podem ser produzidos localmente com máquinas simples”, informa o site.

O projeto foi implementado com sucesso na Etiópia, Benin, Ruanda e Burkina Faso, na África; Nicarágua, na América Central; Bolívia, na América do Sul, e acaba de chegar ao Brasil, sob o nome de Projeto Renovatio, por meio de uma parceria com a organização estudantil global Enactus Insper.

A iniciativa é responsável por capacitar moradores desses países para que possam produzir os óculos de forma independente e sustentável. Durante 14 dias de treinamento, eles aprendem os conceitos básicos da refração e a operar as máquinas de dobra, tornando-se “oftalmologistas” do One Dollar Glasses. “Ao vender os óculos por um preço entre US$ 2 e US$ 7, eles podem cobrir os custos de material e ganhar o suficiente para se alimentar e sustentar suas famílias”, informam os criadores do projeto.

Projeto Renovatio
No Brasil, sob o nome de Renovatio, o projeto busca capacitar moradores de rua para ajuda-los a se desenvolver, crescer e evoluir, facilitando assim uma posterior reintegração social. O primeiro treinamento para produção de óculos teve início no dia 12 de maio de 2014, em São Paulo.

Os participantes do projeto trabalham durante o dia e fazem supletivo escolar ou curso de português (voltado aos estrangeiros refugiados no Brasil) durante a noite. Aos fins de semana, participam de programas culturais. Após a conclusão do curso educacional, os colaboradores são encaminhados para instituições profissionalizantes.

Para cobrir os custos iniciais, a iniciativa lançou uma campanha em um site de financiamento coletivo, estipulando que, a cada R$ 25 gerados, uma criança brasileira ganhará um par de óculos. O grupo espera arrecadar R$ 72 mil até o início de setembro para produzir os óculos. Toda a renda recebida vem das vendas de óculos e de doações, que são reinvestidas no projeto.

Os óculos poderão ser vendidos para pessoas de baixa renda por um valor entre R$ 15 e R$ 20 ou podem ser comprados por grandes empresas e doados para indivíduos que não têm condições de adquirir um. Para as pessoas com maior poder aquisitivo, é possível efetuar a compra no modelo “compre um, doe um”, em que o preço dos óculos fica entre R$ 40 e R$ 50, mas ao ser comprado, possibilita que outro par seja doado.

Fonte: Terra

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