Charlie Hebdo e o "deus assassino".

Em memória do atentado de 7 de Janeiro (2015), o semanário satírico francês "Charlie Hebdo" publica na quarta-feira (06/01) um número especial, que trará na capa a charge de um deus barbudo, com um Kalashnikov e com a veste ensanguentada.


O título: "1 ano depois, o assassino ainda corre".

O número terá uma tiragem de quase um milhão de exemplares, e vários deles serão enviados para diferentes países.

A edição contará com um caderno de charges das vítimas - Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous, cartunistas mortos em 7 de janeiro por dois radicais -, assim como de outros profissionais, além de mensagens de apoio de várias personalidades.

O atentado deixou 12 mortos.

Entre os colaboradores externos, estão a ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin; atrizes, como Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg e Juliette Binoche; intelectuais, como Élisabeth Badinter, a bengalesa Taslima Nasreen e o americano Russell Banks; e o músico Ibrahim Maalouf.

O cartunista Riss, atual diretor do veículo, gravemente ferido em 7 de janeiro de 2015, assina um editoral com uma ferrenha defesa da laicidade e denuncia os "fanáticos alienados pelo Alcorão" e "devotos de outras religiões" que queriam a morte da publicação por "ousar rir do religioso".

"As convicções dos ateus e dos laicos podem mover mais montanhas do que a fé dos crentes", escreve.

Hoje, o semanário tem tiragem de cerca de 100.000 exemplares em bancas e, destes, pelo menos 10.000 são distribuídos no exterior. A revista conta com 183.000 assinantes.

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